Caio Bonfim, um dos maiores nomes da marcha atlética brasileira, conquistou sua primeira medalha olímpica ao levar a prata na prova dos 20 km em Paris nesta quinta-feira (1º). Bonfim, que começou a competição com uma estratégia ousada e arriscada, foi recompensado pela coragem, mesmo enfrentando a pressão das punições.

Bonfim disputou intensamente o pódio com o equatoriano Braian Pintado e o espanhol Álvaro Martín. Apesar de ser o único dos três medalhistas a receber duas penalizações durante a prova, o brasileiro conseguiu manter sua posição e garantir a prata. Braian Pintado levou o ouro e Álvaro Martín, o bronze.

Essa é a primeira medalha olímpica de Caio Bonfim e também a primeira na história da marcha atlética para o Brasil. A expectativa por essa conquista já vinha desde os Jogos do Rio-2016, quando Bonfim, após um oitavo lugar no Mundial, terminou a competição em quarto lugar. Em Tóquio, ele enfrentou um desafio adicional ao ter que competir sob condições adversas devido à Covid-19.

Neste ciclo olímpico, Bonfim mostrou consistência, conquistando o bronze no Mundial de 2017 e mantendo-se entre os melhores com um sexto lugar no Mundial de 2022 e bronze no de 2023. No início deste ano, ele poderia ter sido campeão no revezamento se não fosse uma punição imposta à sua colega Viviane Lyra.

Em Paris, Bonfim ainda tem uma nova oportunidade de conquistar uma medalha no revezamento, onde ele e Viviane Lyra percorrerão pouco mais de 20 km cada um. A competição está marcada para a próxima quarta-feira (7).

Durante a prova de 20 km, Bonfim iniciou com uma abordagem agressiva, tentando se destacar do pelotão e marchar sozinho. Após receber o primeiro cartão amarelo por uma infração, ele desacelerou e se juntou ao grupo, permanecendo na metade traseira por oito quilômetros. Ao acelerar novamente, ele assumiu a liderança, mas a partir do 13º quilômetro, decidiu intensificar o ritmo.

A estratégia de Bonfim, que envolveu liderar e aumentar a velocidade para um ritmo mais rápido do que o padrão, atraiu um grupo de nove competidores que passaram a fazer voltas mais rápidas. No 16º quilômetro, Bonfim tentou um novo ataque, mas, apesar de liderar com apenas três rivais próximos – Pintado, Massimo Stano (Itália) e Álvaro Martín – ele foi o único a enfrentar penalidades, enquanto seus concorrentes ainda podiam arriscar mais.